Toldos em BH: O Guia Realista Para Se Proteger do Sol e da Chuva sem Cair em Armadilhas

Categoria :
Toldos e Coberturas
Autor :

Tabela de Conteúdo

A primeira coisa que você nota, ao meio-dia em um bairro como o Buritis, não é o barulho do trânsito. É o silêncio do sol. Um sol que bate forte, que desbota pintura, que transforma varandas em fornos e que faz qualquer um pensar duas vezes antes de deixar o carro na rua. É nesse silêncio quente que se entende a onipresença de toldos e coberturas em Belo Horizonte. Eles não são luxo. São equipamentos de sobrevivência urbana.

Essa paisagem de lonas esticadas e placas de policarbonato, que brotam de janelas, garagens e portas de boteco, conta uma história sobre a cidade. Uma história sobre a busca incessante por um pedaço de sombra, por um alívio. O belo-horizontino aprendeu, à força, que o clima por aqui tem pouca paciência para indecisos. Ou você se protege, ou a natureza cobra o preço – seja no sofá desbotado pela janela, na área de serviço que nunca seca em janeiro ou no cliente que foge do seu café porque não há onde escapar do mormaço.

O mercado, claro, percebeu. E floresceu. Hoje, a busca por “toldos bh” não é mais um sussurro, é um coro. De um lado, o morador do apartamento recém-entregue, olhando para a varanda gourmet que mais parece uma chapa quente. Do outro, o dono do restaurante que sabe que mesa sem sombra é mesa vazia. A demanda criou um ecossistema próprio, com cada empresa de toldos prometendo a solução definitiva.

Mas a solução, como sempre, tem seu preço. E é aí que a conversa fica séria.

Na ponta do lápis: Quanto custa um toldo em BH?

Vamos ser diretos: cobrir um espaço em Belo Horizonte é um investimento. E dos grandes. “Olha, quando o primeiro orçamento de toldo chegou, eu achei que era brincadeira. Para cobrir uma área pequena nos fundos, coisa de uns 12 metros quadrados… era o preço de uma moto popular”, desabafa Ricardo, engenheiro que mora na região da Pampulha. Ele pediu para não ter o sobrenome divulgado, “para não parecer que estou reclamando de barriga cheia”. A verdade é que a história dele se repete.

O buraco é mais embaixo e começa na escolha do material. O toldo em lona, mais tradicional e em conta, resolve o problema do sol e da chuva imediata. Mas quem já teve sabe: a manutenção de toldo é constante e a durabilidade, nem se fala. Com o tempo, ele rasga, acumula sujeira, mofa. É a solução do agora, que pode virar o problema do depois.

Aí entra em cena o queridinho da vez: a cobertura de policarbonato. Vende-se como a oitava maravilha. Leve, resistente, permite a passagem de luz. Perfeito, certo? Depende. “O cliente chega aqui pedindo ‘aquela placa transparente’. Ele não sabe que existe o policarbonato alveolar e o compacto. E a diferença é brutal”, explica Sérgio, instalador com mais de 20 anos de experiência na capital. “O alveolar, aquele com as cavidades, é mais barato. Só que, dependendo da estrutura e da cor, ele pode esquentar que é uma beleza. Vira uma estufa. O compacto é liso, parece vidro, é mais eficiente, mas… o preço do m² sobe, e sobe bem”.

Colocando na ponta do lápis, o metro quadrado de uma cobertura simples de policarbonato alveolar instalado pode variar significativamente, mas raramente sai por menos de algumas centenas de reais. Se a opção for pelo compacto, ou por estruturas mais complexas como as retráteis, o valor pode facilmente dobrar ou triplicar. E ainda há a cobertura termoacústica, a chamada “telha sanduíche”, que promete isolamento de calor e som. Funciona? Sim, funciona bem. Mas prepare o bolso.

O futuro é retrátil, mas a manutenção bate à porta

A modernidade chegou aos quintais. O sonho de consumo agora é a cobertura retrátil motorizada. Com um clique no controle remoto, a área de churrasco que estava protegida da chuva se abre para o sol. É prático. É elegante. É a automação residencial chegando ao último reduto da casa.

O que não aparece no showroom, porém, é a conversa sobre o pós-venda. Motores podem queimar. Trilhos podem emperrar com o acúmulo de folhas e sujeira, uma realidade constante em uma cidade arborizada como BH. “O pessoal se encanta com o controle remoto. É o que mais vendemos hoje, principalmente o toldo articulado motorizado para varandas. Mas a gente sempre avisa: tem que ter um cuidado”, comenta o instalador Sérgio. “Pelo menos uma vez por ano, chamar para uma limpeza, uma lubrificação. É uma manutenção preventiva. Se deixar quebrar pra depois chamar, aí o conserto dói”.

Essa busca pela praticidade revela um novo capítulo na relação do morador com seu espaço. Não basta mais ter a sombra; é preciso ter controle sobre ela. É a tecnologia tentando domar o imponderável, seja o sol do meio-dia ou a chuva de verão que desaba sem aviso.

Uma cidade sob a sombra construída

No fim das contas, cada toldo para comércio esticado sobre uma calçada ou cada cobertura para garagem de policarbonato é mais do que um objeto. É um pequeno referendo sobre a vida em Belo Horizonte. É a confissão de que, apesar do nome da cidade, o horizonte aqui é frequentemente filtrado, protegido, mediado por uma estrutura que nos permita desfrutá-lo sem ser punido por ele.

Andar pela cidade é ver esse diálogo mudo entre a arquitetura e o clima. E entender que, para viver bem sob o céu mineiro, às vezes é preciso construir o seu próprio teto. Mesmo que ele seja pequeno, retrátil e custe o preço de uma motocicleta.

Escrito por Humano.

Autor do artigo: Norman Forster (Arquiteto Premiado).

Redes sociais:

Instagram

facebook

Picture of Norman Forster

Norman Forster

Com uma sólida formação em Arquitetura e Urbanismo pela renomada Universidade de São Paulo (USP), minha trajetória profissional tem sido marcada pela busca constante por aprimoramento e especialização. A paixão pela criação de espaços que transcendem a funcionalidade e impactam positivamente a vida das pessoas me impulsionou a buscar diversas áreas de expertise.

Posts Relacionados